Essa materia é do site www.migreat.de
É maravilhoso o fato de que muitos brasileiros vêm realizando seus sonhos de morar, trabalhar e estudar fora do Brasil. De acordo com as comunidades de brasileiros espalhadas pelas mídias sociais, como Facebook, por exemplo, muitos de nós, brasileiros, têm extrema dificuldade de adaptação devido a diversos fatores: imensas burocracias, a língua, sistemas completamente diferentes dos nossos, hábitos e a cultura aos quais não estamos acostumados.
Emigrar é recomeçar. Praticamente tudo. E nem sempre as pessoas estão habituadas ao recomeço ou abertas a ele. Veja as maiores dificuldades dos brasileiros no momento da adaptação em Berlim (escritas em ordem aleatória).
Visitar Berlim e o resto do país é maravilhoso: tudo muito barato, tudo funciona, tudo em ordem! E o que se ouve ou lê é sempre o mesmo: “Eu não me importo de pagar um imposto alto, quando eles são revertidos em serviços para a população...” - Teoricamente ninguém se importa, mas no momento que você está vivendo aqui, os impostos na folha de pagamento alemã são bem mais altos do que no Brasil (entre 40% a 42%). Além disso, taxas obrigatórias como a de rádio e televisão ou seguro-saúde para quem é autônomo têm que ser pagos à parte.
Conseguir uma permissão de trabalho na Alemanha não é simples e chegar no país e já sair trabalhando não é uma realidade, principalmente se você não tem cidadania de um país europeu. Para quem não tem permissão de trabalho no país é muito complicado conseguir um trabalho e até mesmo estudantes estrangeiros têm uma permissão de trabalho bastante restrita. As ajudas sociais do governosó serão pagas depois de 12 meses trabalhados com registro. Mas caso você não tenha cidadania alemã ou de qualquer outro país da União Europeia, esto tempo de ajuda poderá cair drasticamente.
Se você já tem uma formação profissional no Brasil, ela pode te ajudar, mas não resolver o seu problema. O diploma brasileiro de graduação deverá passar por um processo de ‘validação’ na Alemanha, mas nem todos os cursos e universidades do Brasil têm um currículo equivalente ao currículo alemão. Na maioria dos casos, vale a pena pensar em uma formação na Alemanha, pois você já estará integrado ao país e certamente falará um pouco da língua.
A maioria dos ‘perrengues’ vividos nas milhões de burocracias do país são causados porque a pessoa não fala alemão. Por mais que o inglês ajude, você será considerado sempre ‘surdo’ (ouve mas não entende), ‘mudo’ (não consegue se pronunciar na língua do país), ‘analfabeto’ (lê mas não entende) e um eterno 'turista', pois não conseguirá resolver as questões burocráticas. Pelo menos o básico é extremamente importante que você aprenda.
Seja em uma escola de idiomas, sozinho em casa, online ou com ajuda de amigos ou namorado, aprenda o idioma para você se integrar. Ele é um dos primeiros fatores importantes da integração e adaptação, em qualquer país.
De verdade. Não tente trazer estes ‘traços culturais’ do Brasil para cá, pois eles não irão funcionar. A realidade alemã é uma só: os alemães cumprem as regras à risca e não haverá conversas, exceções ou táticas como suborno, por exemplo, que irá resolver o seu problema. Portanto, com os alemães o papo é direto e reto e ‘saber sambar’, neste caso, não resolve.
A Alemanha é um país muito mais livre de preconceitos do que o Brasil. Por mais que exista, ainda, a homofobia, muito racismo e xenofobia (principalmente em cidades menores e mais consevadoras), ainda assim é muito menor do que no Brasil. Em Berlim tudo isso ainda é muito mais liberal, por se tratar de uma cidade multicultural. Guarde suas ‘fobias’ e achismos para você ou aprenda com as pessoas que vivem aqui, que respeitar as diferenças é fundamental.
Também olhar com preconceito a forma de vida alemã não é legal: dizer que não tomam banho, que pegam o pão com as mãos (entre outros jargões proferidos por nós, brasileiros). Tente lembrar que cada cultura é diferente e a cultura brasileira também pode ser muito estranha para todos os outros povos. Não existe uma cultura soberana e que seja ‘certa ou errada’. Abra-se para sua nova vida e aprenda com os hábitos e a cultura dos alemães.
A intolerância, de qualquer instância, já promove muita coisa ruim no Brasil . Não traga isso para cá elembre-se que aqui o visitante é você e ser expatriado não é nenhum mar de rosas.
A multa dos downloads é severa (pode chegar a 1000 € por uma única música!) e o país tem regras muito rígidas para a proteção dos direitos autorais. Não vale a pena se arriscar! Reacostume-se a comprar CD’s e DVD’s ou então ouça e assista online em programas como Spotify ou Netflix. Veja como você pode se proteger contra multas dos downloads no país.
Mudar de país significa, entre todas as outras coisas, mudar os hábitos alimentares. O corpo leva um tempo para se adaptar com a comida: muita gente tem dores de estômago, de cabeça e sente extrema necessidade de procurar pelas lojas e supermercados brasileiros na cidade. Porém, esses supermercados pesam muito no bolso.
Para muitos, a falta de um “feijão com arroz” afeta demais. É a chamada ‘síndrome do pão de queijo’, que acontece com muitos brasileiros que estão em Berlim ou em qualquer outra cidade do país e vivem à procura dos produtos brasileiros.
O mais comum que se ouve dos brasileiros que querem emigrar para a Alemanha é que ‘adoram o inverno e não vêem a hora de se mudar para um país frio’. Uma grande besteira. O primeiro inverno no país é uma beleza, pois tudo é uma novidade: brincar na neve, não suar, ver tudo branquinho… Mas a verdade é que o inverno dói - muito.
As roupas e sapatos comprados para o alto inverno no Brasil (mesmo para as regiões frias do sul) não te protegerão do inverno daqui. Sapatos inadequados, com solas finas, calça jeans e a jaqueta de frio que você traz do Brasil só servirão para a primavera e o começo do outono alemães.
Além disso, é muito difícil passar vários meses vendo o sol nascer de verdade às 10hs da manhã e se por às 16hs. Isso deprime alemães, brasileiros e vai deprimir você também. Não subestime o inverno alemão. -15° dói, o corpo dói e traz uma tremenda desmotivação para o seu dia, inclusive a depressão para muita gente. Esta é, de longe, uma das maiores dificuldades de adaptação dos brasileiros no país. Aprenda a conviver com ela: pegue dicas com seus amigos alemães sobre como se proteger do frio.
As coisas mais legais de quando visitamos o Brasil são o sol, as comidas, o ‘jeitão’ do povo brasileiro de fazer farra com tudo ('the zoeira never ends' --> but it'll ends in Germany for sure), falar alto e se divertir muito. Sim, isso faz muita falta.
Embora a maioria dos brasileiros adorem dizer que são ‘autosuficientes’ e que não gostam de se relacionar com outros brasileiros, eles sempre se queixam com amigos (e em todas as comunidades de brasileiros possíveis e imagináveis no país) que “o alemão é um povo frio, seco e difícil de fazer amizade”.
Os alemães não gostam do contato físico, abraços, beijos e risadas altas, como os brasileiros, turcos e italianos estão acostumados. Mas isso entra naquele tópico lá em cima sobre ‘respeitar as diferenças’.
Veja porque:
Estrangeiros sem nacionalidade europeia não podem trabalhar no país. Mas podem tentar um visto para procurar trabalho, que, apesar de difícil e bem burocrático, esse visto existe.
Ajuda social, somente para alemães e europeus com mais de 12 meses de trabalho registrado.
A língua é um dos fatores mais importantes na adaptação, mas quase ninguém dá importância a isso.
Ter que aprender a conviver e, acima de tudo, respeitar as diferenças culturais.
O inverno intenso, a falta de sol e a comida diferente é um problema sim.
E você? Qual a sua maior dificuldade no momento da adaptação no país onde você vive? Deixe seu comentário. Discuta!
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